sábado, 18 de fevereiro de 2012

TALVEZ (sem rimas)

Talvez eu seja um romantista barato
Apesar de não saber se existe essa palavra
A uso sem pensar
E as vezes penso que sou

Talvez eu fosse o orvalho da manhã
Aquele suor que surge na planta todo dia
Mas a noite fria e tensa
Minha existência se torna duvidosa

Talvez eu seja o cheiro da viuvez
Forte, agonizante, repleto de manifestações
O buraco que me suga pra dentro de mim mesmo
A dor que sinto por não querer sofrer

Talvez eu seja saudade...
Por vezes branda, por vezes profunda
É a saudade do ódio
É a saudade da indiferença
É a saudade do que nunca aconteceu

Talvez o calor nunca me alcance
Ou talvez espera-ló sem querer seja impossível
O coração não é uma máquina
Infelizmente, ele não possuí um interruptor
Não tem um "liga" e "desliga"

Toda vez que chego ao topo do monte
Caio do alto, quebro a cara
A queda é forte...
E meu coração demora a se recuperar

Talvez seja o destino
Talvez seja maldade
Talvez seja castigo
Talvez seja questão de paciência

O talvez é algo engraçado
É a palavra que gera medo
Mas que vem com uma pitada de esperança

E se ser sujeito ao talvez for meu castigo
Não desejo nada pior
Pois a certeza alivia
O talvez machuca...





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