quinta-feira, 22 de março de 2012

Poesia não é escrita, é sentimento

Us cabelos da cor ismeralda
Blilhando no emenso asul
Ti vi di madrugada
A espera di mim

O sol no ourizonte
A istrela a blilhar
O amor tam distante
Um lonjingo olhar

Um ssorrizo cincero
Um olhar de cedussão
Ainda ti quero
Mesmo que em iluzão

Naum sei si mi queris
Naum conssiguo acreditar
Pois quando mi feris
Naum dexo di ti amar

Ez o tudu, ez o nada
Ez o vazio, ez solidão
Ez minha jornada
Rumo a perdissão

E mesmo sofrendo tanto
Mesmo em iluzão
Por sels encantus
Ti do meu corassão.

Os Cegos


Onde vês um rio, eu vejo vida.
Onde vês certeza, eu vejo risco.
Onde vês violência, eu vejo pena.
Onde vês deserto, eu vejo culpa.
Onde vês vagabundos, eu vejo incompreendidos.
Onde vês destino, eu vejo preguiça.
Onde vês verdade, eu vejo ilusão.
Onde vês amor, eu vejo desespero.
Onde vês igualdade, eu vejo mentira.
Onde vês arco-íris, eu vejo temporal.
Onde vês romance, eu vejo traição.
Onde vês lógica, eu vejo insensatez.
Onde vês memórias, eu vejo lamento.
Onde vês dor, eu vejo força.
Onde vês vergonha, eu vejo indignação.
Onde vês beleza, eu vejo máscaras.
Onde vês oportunidade, eu vejo perda de tempo.
Onde vês paciência, eu vejo hipocrisia.
Onde vês mansidão, eu vejo prisão.
Onde vês liberdade, eu vejo absurdos.
Onde vês brilho, eu vejo ferrugem.
Onde vês perigo, eu vejo amizade.
Onde vês medo, eu vejo ignorância.
Onde vês sociedade, eu vejo indiferença...

Todos temos um modo diferente de ver as coisas, ninguém pode enxergar exatamente o que o outro pensa ou sente, e nem podemos ver o que está por trás de cada coisa que acontece. Nesta simples e complexa existência, somos todos cegos...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Aceitar ou sofrer? Eis a questão

Há um sentimento dentro de mim que não passa.
É uma ferida insistente que não quer cura e continua a me machucar. Uma dor profunda e penosa, a qual eu não quero curar.
O que é esta dor? Simples, é a dor de não ter a quem amar, a dor de enxergar e estar cego, o mal que é um bem e um bem que é mal.
Quero alguém para compartilhar amores e temores, mas o que tenho são fragmentos do espelho da esperança. E mesmo com tantos fragmentos eu nunca consegui reconstruir esse espelho.
Amo amigas e estranhas, amo amar, mas o que odeio é a carência que tira o racional, voltando-me a escolhas visivelmente problemáticas.
O meu interior acredita que o destino gosta de me tapear, mas no meu rosto está um falso sorriso que diz: "eu não me importo".